Todos os negócios começam com uma ideia, mas poucas ideias resistem a um negócio. Criar uma empresa é só o primeiro passo.
As empresas nascem para crescer, mas o desafio para uma start-up é cumprir. Cumprir com os trabalhadores, com os fornecedores e com os clientes, claro. Mas também com a segurança, com a higiene, com a boa governança. Cumprir com o meio ambiente, ser não poluente, ser, enfim, previdente. Sim, cumprir com a segurança social, com a autoridade fiscal e com a concorrência. Cumprir com o próprio cumprimento. Ser compliant, como agora se diz.
Há muito para cumprir – e o incumprimento espreita. Os empresários sérios têm que parecer sérios e depois, se possível, gerar valor.
Na construção, no comércio ou nos serviços, é preciso criar uma marca, investir e insistir. Com fusões, aquisições e outras soluções. Contratos públicos, contratos privados, exportação, novos mercados. É preciso ter sucesso, mas sem excesso. É preciso aprender a cair. Saber levantar. Um cinto negro é um cinto branco que nunca desistiu.
As empresas nascem, crescem e, por vezes, adoecem. É mesmo assim. Arriscam a insolvência. As mais fortes recuperam. Dão a volta às dificuldades. E cumprem.
Há quem faça parte do caminho. Nós fazemos a viagem toda.
Nascemos e morremos. Entre uma coisa e a outra, nem todos os dias são nossos.
Procuramos trabalho, encontramos trabalho, função privada ou função pública, corre bem, corre mal, vamos embora, mandam-nos embora. Mudamos de empresa. De casa. Até de nacionalidade.
Umas vezes erramos e errar pode ser crime. Outras vezes somos vítimas dos erros dos outros.
Apaixonamo-nos. Casamos. Pedimos um empréstimo. Compramos um imóvel. A casa em obras, a vida em obras. Vivemos felizes, até deixarmos de ser felizes. Em Portugal, 70 em cada 100 casamentos acabam em divórcio.
Há quem tenha filhos. Só porque sim. Ou para ser eterno. Ou para amar e ser amado, incondicionalmente. Filhos biológicos, filhos por adoção, tanto faz. O que resta do amor filial e das suas contradições quando reconduzido às responsabilidades parentais, de papel passado?
A vida corre bem. A vida corre mal. Gastamos mais do que podíamos. Gastamos mais do que deveríamos. Ficamos insolventes. Ou doentes. Ou dormentes.
Pensamos em desistir. Às vezes desistimos. Ou somos abatidos em combate. Ou ganhamos, em todas as frentes. Quem se habilita à herança? Quem carrega com ela?
Na VFA, conhecemos o direito e conhecemos a vida.